Entrevistas com Thayana Mamoré e Bianca Silva, da comunidade Devs Norte
No dia 1º de abril a UFPA Castanhal, recebeu o 9º Meetup, evento realizado pela comunidade Devs Norte. A programação reuniu vários estudantes e aspirantes da área de tecnologia e teve como objetivo compartilhar experiências e conhecimentos em temas relevantes para o setor de desenvolvimento de software. O Castanhal News (CN) entrevistou Thayana Mamoré (TM), uma das idealizadoras da comunidade Devs Norte e Bianca Silva (BS), que também integra a comunidade e é egressa do curso de Sistemas de Informação da UFPA Castanhal.
Thayana Mamoré falou sobre a criação e os objetivos da Devs Norte e Bianca Silva contou sobre suas trajetórias acadêmica e profissional e trouxe dicas para futuros profissionais.
CN:Thayana Mamoré, qual é o objetivo da comunidade de desenvolvedores?
TM: Vimos que é bastante comum ter comunidades de tecnologias nas regiões sul, sudeste e também nordeste. Nessas comunidades, as pessoas promovem encontros onde se reúnem para compartilhar experiências e vivências no mercado de trabalho e, também, do setor acadêmico. Por sentir falta de encontros como esse, decidimos nos reunir e começar a realizar os encontros. Como a maioria mora na capital Belém, iniciamos por lá, em dezembro de 2018. Inicialmente, a comunidade se chamava Vue.js Norte, onde era mais focada em um tipo de tecnologia, o Vue.js, que é uma ferramenta da linguagem de programação JavaScript. A comunidade cresceu muito e percebemos que havia pessoas de várias outras tecnologias. Então, a partir do ano 2022, passou a ser chamada de Devs Norte, abrangendo, assim, as outras tecnologias. Devs vem de developers, do inglês, que significa desenvolvedores. A utilização do Norte no nome é para chamar a atenção do resto do país e também do mundo para a região Norte. Para que possamos dar visibilidade às pessoas da área que são boas demais.
CN: Que tipo de desenvolvedores fazem parte da comunidade?
TM: Temos pessoas que já atuam no mercado de trabalho de TI, estudantes da área e pessoas em transição de carreira. A troca de experiência dá uma visão de como o mercado está para essas pessoas para, assim, ajudarmos uns aos outros a não ficarem perdido nos estudos, visto que é uma área que está em constante atualização.
CN: Existe algum programa de mentoria dentro da comunidade de desenvolvedores?
TM: Utilizamos o canal no Discord da comunidade para fazer reuniões online e ao vivo e ajudar pessoas que estejam precisando de apoio com alguma tarefa. As próprias pessoas da comunidade se engajam para fazerem essas reuniões.
CN: Como foi a experiência na UFPA, Campus de Castanhal?
TM: Foi simplesmente maravilhoso. Foi muito lindo de ver o auditório lotado. Isso que só confirma o que já sabemos: as pessoas do nosso Estado têm muita vontade de aprender e estão em busca de oportunidades.
CN: Qual a importância de uma comunidade dev no Estado do Pará?
TM: É importante para promover o compartilhamento de conhecimento, a colaboração e o networking entre seus membros, garantindo, assim, o fortalecimento da comunidade tecnológica na região Norte do Brasil e trazendo visibilidade para essas pessoas.
CN: Quais são os planos futuro da DEVs Norte para o interior do Estado?
TM: Pretendemos continuar com os eventos, trazendo mais vivências nacionais e internacionais, gerando oportunidades para o pessoal. Ainda vamos tentar levar eventos para outras cidades e engajar mais ainda o Estado.
CN: Bianca Silva, sabendo que você é graduada em Sistemas de Informação pela UFPA, como foi que você deu início a sua carreira de DEV?
BS: Dentro da UFPA, fui bolsista de iniciação científica por três anos. Durante esse período, estabelecemos uma parceria com a Faculdade de Veterinária para desenvolver um ambiente educacional tridimensional. Nosso objetivo era ajudar os estudantes a compreender melhor a anatomia do sistema nervoso animal. Essa iniciativa acabou se tornando o tema da minha tese de conclusão de curso.
Após me formar, busquei uma oportunidade na área de desenvolvimento, que sempre foi minha verdadeira paixão. Entrei em contato com um professor que era dono de uma startup e pedi a chance de trabalhar na empresa, mesmo sem ter domínio das ferramentas utilizadas na companhia. Felizmente, a oportunidade me foi concedida e agarrei-a com unhas e dentes.
CN: Como foi a Transição da UFPA para o mercado? Quais as barreiras para uma carreira de sucesso?
BS: A transição da graduação para o mercado de trabalho foi um desafio significativo. O mercado de trabalho exige um nível muito mais elevado de produtividade e habilidades em relação às ferramentas utilizadas. Como resultado, há uma necessidade de ser um profissional eficiente, bem informado e altamente capacitado, o que pode aumentar nossos níveis de autocrítica e levar à procrastinação. Portanto, um dos principais desafios é manter o equilíbrio e se manter atualizado com as tecnologias, sem perder o foco em suas tarefas diárias.
CN: Qual é a sua experiência dentro da comunidade Devs Norte, e como ela ajudou você?
BS: Participar de uma comunidade de tecnologia é uma experiência enriquecedora, tanto em termos de conhecimento técnico quanto de relacionamentos interpessoais. Foi um privilégio, para mim, ter conhecido essa comunidade e feito amizades importantes, além de ter desenvolvido um networking que me ajudou a conseguir o emprego atual. Atualmente, tenho o privilégio de ser uma das organizadoras da comunidade, e é muito gratificante poder compartilhar minha própria experiência e levar essa experiência para o maior número de pessoas possível, tornando-nos uma referência importante dentro da região Norte.
CN: Qual conselho você daria aos aspirantes à carreira de desenvolvedor?
BS: Para ser produtivo em nossa área, é fundamental cuidar tanto da saúde física quanto mental. Nossa profissão pode ser desafiadora e, muitas vezes, nos coloca sob grande pressão, com prazos apertados e recursos complexos a serem entregues. É comum que, em alguns casos, não tenhamos o conhecimento necessário para solucionar determinados problemas, e precisamos ter a paciência de parar, pesquisar e compreender o assunto. É importante lembrar que pedir ajuda não é sinal de fraqueza, pelo contrário, pode ser uma oportunidade de aprendizado com colegas mais experientes.
Descansar é uma necessidade vital. Embora seja comum passarmos longas horas em frente ao computador, trabalhar excessivamente pode comprometer nossa produtividade e prejudicar nossa saúde. Depois de um tempo, podemos perceber que estamos apenas dando voltas em torno do mesmo problema, sem avançar. Por isso, é importante tirar um tempo para descansar, desligar-se do trabalho e recarregar as energias.
Texto fotos: Jean Marlison – Castanhal News
Imagem: Pedro Henrique
Revisão de Texto: ASCOM – UFPA de Castanhal